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Meu amigo Fernando Rocha transita pacificamente entre o psicanalista e o cantor popular. Pacificamente? Confesso que ao ouvir este delicioso “Vamos chamar o vento F. R. canta Caymmi”, um disco tão profissional que presumível de cantor de profissão única (a de cantor), pensei cá comigo: “agora o Fernando vai precisar mesmo de um colega psicanalista melhor ainda que ele para ajudá-lo a lidar com o dualismo desconcertante, porque o pacificamente vai ficar cada vez mais distante”. Digo isso – e temo pelo duplo exercício profissional – por que este disco é dos melhores que ouvi e exige atenções mais veementes que as solicitadas apenas a um amador. Que Fernando sempre foi um cantor – pleno e realizado – eu sempre soube, a partir dos dois espetáculos que criei, dirigi e apresentei para o grupo “Cantores do Chuveiro”, onde ele brilhava ao lado de outros ótimos cantores que se dizem amadores, apenas porque continuam a exercer profissões paralelas bem sucedidas. E sempre soube disso também por seus CDs anteriores, dedicados a Cartola, à música francesa ou à música nordestina.

Ricardo Cravo Albin

Sem a música a vida seria um erro.

 
Friedrich Nietzsche
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